Rimbaud
A Sanderson Negreiros
Não, não sofres mais no deserto do Harrar, a secura
Dos climas quentes e escaldantes.
Agora, qual suave rio, repousas numa planície.
Sei que em Marselha, tomaste um navio
Para uma viagem, cujo capitão tinha roupas negras da morte.
E eu te amo, cada vez mais como ao próprio Cristo em agonia,
Meu irmão Rimbaud, poeta, iluminado e santo.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Botando o bloco na rua
Os foliões já podem marcar o passo na folia. Hoje tem o Grêmio Recreativo Litero-Etílico, Cultural e Esportivo Banda Independente da Ribeira, que sai às ruas às partir das 19h, da Praça André de Albuquerque, no centro da cidade, do rumo da Rua Chila, na Ribeira, onde a festa rola até alta madrugada.
No sábado, o frevo ferve no Solar Bela Vista, na Cidade Alta, no final da tarde; e também no Zen Bar, em Pium. Se perca e se encontre por ai...
No sábado, o frevo ferve no Solar Bela Vista, na Cidade Alta, no final da tarde; e também no Zen Bar, em Pium. Se perca e se encontre por ai...
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
No deserto
O deserto atravessava os dias
E era com ela que eu sonhava
Um oásis
De cruas feições
Mesmo assim um oásis
Entre dunas, com palmeiras e arbustos que florescem
E um pequeno lago
Para descansar o fardo de tanto viver.
Um oásis
Para domar os revoltos pensamentos
Se abrigar das tempestades de areia
O vento forte que corrói até alma.
E assim, refazer a calma
Na contraluz do sol
Que afaga as manhãs.
E era com ela que eu sonhava
Um oásis
De cruas feições
Mesmo assim um oásis
Entre dunas, com palmeiras e arbustos que florescem
E um pequeno lago
Para descansar o fardo de tanto viver.
Um oásis
Para domar os revoltos pensamentos
Se abrigar das tempestades de areia
O vento forte que corrói até alma.
E assim, refazer a calma
Na contraluz do sol
Que afaga as manhãs.
Encontro dos Beatlemaníacos
Fãs do Beatles se reúnem neste final de semana em Icapuí, litoral do Ceará, no I Encontro Casa do Mar de Beatlemaníacos. A programação vai de sexta a domingo, com atrações de Natal, Mossoró e Fortaleza. Icapuí faz fronteira com a praia de Tibau, na Costa Branca.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Samba que berra
O presidente da Samba - Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, Augusto Lula, bota a boca no trombone e senta a pua na Funcarte, que acaba de negar uma orquestra para a entidade. Aliás, a política cultural em Natal nem me fale...
Segue o artigo do bardo Lula:
A SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências enviou ofício ä Capitania das Artes, solicitando diversos itens para realização do II Baile à Fantasia do Centro Histórico, nos mesmos moldes que o fez ano passado.
Conforme, o tempo foi passando e sem que a FUNCARTE definisse os apoios, a SAMBA angariou parcerias. Restando a Prefeitura do Natal, através da Capitania, a cessão de uma orquestra de frevo. Apesar de constar no ofício vários outros itens, foi explicado a senhora Cida Campelo, uma das “Coordenadoras do Carnaval”, que a orquestra era a nossa única reivindicação. Como resposta, a citada senhora nos disse o seguinte: “Que se fosse só uma orquestra, isso teria. E, que, por favor, deixássemos de ser chatos e não aperriasse mais ela não”. Mas, ressaltou que a palavra final era do presidente Rodrigues Neto.
Na terça-feira (ontem) após muita espera, solicitamos uma resposta ao ofício encaminhado (em 09.02.2011). Primeiro o presidente mandou dizer pela secretária que a resposta era não. Então, pedimos que desse o despacho em ofício, ele o fez nos seguintes termos: “em vista das dificuldades e com a implantação dos polos de carnaval ficamos impossibilitados de apoios e ajudas individualizadas. Atenciosamente. Rodrigues Neto”.
Pronto. Só faltava o capitão da Capitania desconhecer, entre outras coisas que a SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências , não é uma entidade individual. A SAMBA é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, fundada em 1993. E tem mais, a SAMBA é uma associação de utilidade pública estadual e municipal e realiza eventos para tentar revitalizar o Centro Histórico de nossa cidade.
Individual é o bloco que um ex-deputado tá inventando na Redinha e que tem o apoio da Capitania.
A FUNCARTE que explique porque a União Metropolitana das Escolas de Samba, vai receber a verba de ajuda de custos para as escolas de samba, tribos de índios e afins...e quais são as condições para o repasse. Com a palavra o Ministério Público.
Diferentemente de outros eventos patrocinados pela FUNCARTE, o Baile à Fantasia do Centro Histórico é de graça, assim como todos os eventos realizado pela SAMBA. Rodrigues Neto não conhece, porque não circula.
Ele prefere acabar com os polos de Ponta Negra, Alecrim, Centro Histórico e dizer que não existe. Não existe, porque ele esta conseguindo enfraquecer o que precisava ser fortalecido.
O pólo do Centro Histórico ele acabou e só restam poucas iniciativas para aquela região. Só falta agora é ele querer acabar com as Kengas de Lula Belmot, só não acaba porque já é patrimônio imaterial da cidade do Natal.
Ainda bem que só falta mais um carnaval para esse choldra debandar.
Faremos a lavagem da Capitania, com muita creolina, porque hoje ela fede e a energia que circula é a pior possível.
Mas, como de carnaval ele entende tanto quanto do movimento dadaísta e, qualquer folião sabe que carnaval só é bom porque com dinheiro ou sem dinheiro eh, eh nos brincamos.
A SAMBA passarinho, eles passarão.
Vindo da gestão borboleta nada nos surpreende, afinal, borboleta não tem coração.
Por fim, parafraseando o próprio presidente capitão Rodrigues Neto: peça licença para C & A e saia.
Show de bola
O jogador Wallyson mais uma vez se destaca marcando dois gols na vitória do Cruzeiro por 4 a 0 no Guaraní, do Paraguai, ontem pela Taça Libertadores da América. Wallyson é um potiguar bom de bola que saiu do ABC e há alguns anos estava esperando uma chance para mostrar seu bom futebol nos campos do sul. Parece que a hora chegou. Ontem saiu de campo com a torcida delirando por ele. Muito legal. É craque com a bola no pé.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Manoca e Tauffic acendem a noite no TCP
O fogo e a fênix
O sebo Cata-Livros, do amigo livreiro Jácio, pegou fogo. Perdemos todos. Que merda!
Nova fênix, o Cata-Livros breve ressurgirá das cinzas.
Nova fênix, o Cata-Livros breve ressurgirá das cinzas.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
O sol
prossegue a sina de clarear
algumas vezes faz trança nas chuvas
e vem a invernada agrestina.
a vida de meio travo
se encrava nos dias do norte
a sorte o dote e o mote
se derramam na pastagem
e a porteira se destrava.
Conduz fio a fio
a luz que na noite
se derrama no mar.
algumas vezes faz trança nas chuvas
e vem a invernada agrestina.
a vida de meio travo
se encrava nos dias do norte
a sorte o dote e o mote
se derramam na pastagem
e a porteira se destrava.
Conduz fio a fio
a luz que na noite
se derrama no mar.
Zambê Crossover hoje em Pium
Só lembrando que hoje lá em Pium tem o interessante projeto Cantando e Conversando, puxado pelo talentoso cantor, compositor e guitarista Cleudo Freire, e no contraponto, tocando o papo, o jornalista Sérgio Vilar.
A parada é no Zen Bar – Rota do Sol - e começa por volta das 20h30. O acesso custa apenas 5 pratas, quase nada pela qualidade do programa. De primeira!
machine head
as novas canções já são quase velhas
e o rock é sempre uma certeza
mina força fortaleza.
e o rock é sempre uma certeza
mina força fortaleza.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Poema de Murilo Mendes
Cantiga de Malazarte
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos,
destelho as casas penduradas na terra,
tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.
Desloco as consciências,
a rua estala com os meus passos,
e ando nos quatro cantos da vida.
Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido,
não posso amar ninguém porque sou o amor,
tenho me surpreendido a cumprimentar os gatos
e a pedir desculpas ao mendigo.
Sou o espírito que assiste à Criação
e que bole em todas as almas que encontra.
Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo.
Nada me fixa nos caminhos do mundo.
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos,
destelho as casas penduradas na terra,
tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.
Desloco as consciências,
a rua estala com os meus passos,
e ando nos quatro cantos da vida.
Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido,
não posso amar ninguém porque sou o amor,
tenho me surpreendido a cumprimentar os gatos
e a pedir desculpas ao mendigo.
Sou o espírito que assiste à Criação
e que bole em todas as almas que encontra.
Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo.
Nada me fixa nos caminhos do mundo.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Cobra Talma
“Não vou recuar, quero meu cachê, Micarla! Paga meu cachê! Me dá o que é meu, Micarla!" - a cantora Simona Talma bota a boca no mundo e cobra a prefeita de Natal por show feito e não pago. Tá no Novo Jornal, em 1º de fevereiro de 2011.
Bronca grande. A insatisfação é geral com o tratamento dispensado aos artistas pela Funcarte. Aliás, não é de hoje os artistas vivem de pires na mão, implorando os serviços que prestam aos órgãos oficiais de cultura no estado. Uma lástima!
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Quando eu me apeguei a você, meu coração
Mário Ivo
Quando eu me apeguei a você, meu coração, os dias eram turbilhão. Cinzas, ferrugem, nublagem.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, o amor restava dúvidas, como o pão deixa farelos sobre a mesa quando cortado.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, a Paixão contraía dívidas e medos. Medo de saber se o interesse era recíproco, se as atenções seriam retribuídas, se os signos foram corretamente desvendados, e se – acima de tudo – tudo aquilo que fantasiei não ruiria como num castelo de cartas frágil porque sem alicerce concreto algum.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu recusava limites. Eu achava o impossível, possível, o desencontro, encontro, e o fugaz, duradouro.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu vivia de esperas ativas. Como quem antecipa conquistas, como quem tem um exército pronto a superar as muralhas à beira-mar.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu estava disposto a tudo, até a colher estrelas com o laço estreito do meu abraço.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu desconhecia os limites entre a paixão e a vingança. Eu misturava alhos com bugalhos, trocava os pés pelas mãos, e daria tudo, tudo, por um pouco de sua boca.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, a gente me dizia: “É só isso, então, apenas fantasia”, como se fosse muito pouco essa fantasia – esse arremedo de realidade – que construí sobre você, sobre nós, meu coração.
Quando eu me apeguei a você, eu não entendia que a vida nos oferece escolhas, que mesmo o amor desfeito tendo sido mera ilusão, simulacro, desdém, ele era real porque eu o senti assim, verdadeiro.
Então, meu coração, eu entendi que mesmo não amando mais aquele amor, eu nunca o renegaria, porque ele era meu e verdadeiro, mesmo sendo uma mera miragem do meu coração.
Hoje, meu coração, seria injusto dizer que substituí aquele amor por essa paixão, que você agora protagoniza, sem querer, sem saber o real tamanho do meu delírio – porque, não, meu coração, o passado nunca será substituído pelo presente, e as camadas que ora sobreponho são independentes umas das outras, embora, sim, não será à toa que ontem perdi novamente meu óculo, à distância de um ano, porque todo cego é de paixão etc. Etc.
Mas hoje, meu coração, eu não sei mais se lutarei por você com todas as forças e anseios, se te darei o presente que, num impulso duradouro, adquiri, como quem contrai febre tropical, ardor de chuva, água nos pulmões.
Porque hoje, meu coração, aprendi a controlar essa taquicardia que ecoa em meu peito, porque me recuso a manter esse objeto de desejo na sombra e na escuridade, e porque continuamos separados, mesmo que eu insista em nos juntar, nesses sonhos, nessas insônias, nesses vãos de fantasia, onde eu, invés de me contentar com um pedaço da sua boca, a tomo por inteiro.
Leia mais no www.marioivo.com.br
Quando eu me apeguei a você, meu coração, os dias eram turbilhão. Cinzas, ferrugem, nublagem.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, o amor restava dúvidas, como o pão deixa farelos sobre a mesa quando cortado.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, a Paixão contraía dívidas e medos. Medo de saber se o interesse era recíproco, se as atenções seriam retribuídas, se os signos foram corretamente desvendados, e se – acima de tudo – tudo aquilo que fantasiei não ruiria como num castelo de cartas frágil porque sem alicerce concreto algum.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu recusava limites. Eu achava o impossível, possível, o desencontro, encontro, e o fugaz, duradouro.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu vivia de esperas ativas. Como quem antecipa conquistas, como quem tem um exército pronto a superar as muralhas à beira-mar.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu estava disposto a tudo, até a colher estrelas com o laço estreito do meu abraço.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, eu desconhecia os limites entre a paixão e a vingança. Eu misturava alhos com bugalhos, trocava os pés pelas mãos, e daria tudo, tudo, por um pouco de sua boca.
Quando eu me apeguei a você, meu coração, a gente me dizia: “É só isso, então, apenas fantasia”, como se fosse muito pouco essa fantasia – esse arremedo de realidade – que construí sobre você, sobre nós, meu coração.
Quando eu me apeguei a você, eu não entendia que a vida nos oferece escolhas, que mesmo o amor desfeito tendo sido mera ilusão, simulacro, desdém, ele era real porque eu o senti assim, verdadeiro.
Então, meu coração, eu entendi que mesmo não amando mais aquele amor, eu nunca o renegaria, porque ele era meu e verdadeiro, mesmo sendo uma mera miragem do meu coração.
Hoje, meu coração, seria injusto dizer que substituí aquele amor por essa paixão, que você agora protagoniza, sem querer, sem saber o real tamanho do meu delírio – porque, não, meu coração, o passado nunca será substituído pelo presente, e as camadas que ora sobreponho são independentes umas das outras, embora, sim, não será à toa que ontem perdi novamente meu óculo, à distância de um ano, porque todo cego é de paixão etc. Etc.
Mas hoje, meu coração, eu não sei mais se lutarei por você com todas as forças e anseios, se te darei o presente que, num impulso duradouro, adquiri, como quem contrai febre tropical, ardor de chuva, água nos pulmões.
Porque hoje, meu coração, aprendi a controlar essa taquicardia que ecoa em meu peito, porque me recuso a manter esse objeto de desejo na sombra e na escuridade, e porque continuamos separados, mesmo que eu insista em nos juntar, nesses sonhos, nessas insônias, nesses vãos de fantasia, onde eu, invés de me contentar com um pedaço da sua boca, a tomo por inteiro.
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Pedrinho Mendes no Zen Bar
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