segunda-feira, 6 de julho de 2009
É isso ai Matéria!
Sabe aquelas notícias que a gente acha uma grande merda. Pois essa que eu li no Substantivo Plural (www.substantivoplutal.com.br) – que por sua vez pescou no blog de Alex Medeiros - dando conta da morte de (Afonso) Fon Lima no final da semana em São Paulo é uma delas.
Porra, logo Fon, bicho? - A verdadeira matéria!
O primeiro encontro (à distância) aconteceu no Festival do Sol, no estadinho Juvenal Lamartine, perto de casa no Tirol. Eu ainda um pré-adolescente precoce fui ver aquele show junto com João “Galinha”, e Gerson (o Nego Papa) - que também já subiu o andar. Levamos uma garrafa de cachaça. No palco o trio “Eustachio, Fon e Lola”, três violas e um clima folk no ar. Ali também assisti os Novos Baianos, me misturei aos hippies na grama do estádio e fiquei contagiado para sempre pela contracultura.
Anos depois ficamos amigos através do guitarrista Lola (Luiz Lima) seu irmão, que eu já conhecia do movimento alternativo natalense. Depois foi que conheci o Eustachio.
Fon andava a mil anos na frente do seu tempo. Dele guardo momentos indeléveis. As festas memoráveis na sua casa – que dividia com o escritório da Seamar (multinacional da área petrolífera) – na praia dos Artistas, no limiar dos anos 80, sempre regadas a rock´n´roll - ao vivo ou na vitrola. A casa de Fon era o melhor ponto de encontro de músicos e artistas desta velha taba.
Lembro ainda das caronas na Kombi da Seamar que ele pilotava. Algumas viagens de Natal a Mossoró (que ele com a fina ironia que lhe era peculiar, chamava de Mossoróleo) no ronceiro utilitário. Viagens longas e divertidas.
Fon Lima e seu jeito metropolitano. Um cosmopolita em Natal. Com aquele ar blasé, estilo american way of life, e idéias fervilhantes, Beatles e Bob Dylan, Fon era a vanguarda de frente para o mar.
Mas a cidade foi se tornando pequena para seus sonhos e ele migrou com a pianista Katherine/kate – sua esposa, e o filho Afonsinho para São Paulo. Trabalhar na ONU ou Unicef ou coisa assim.
Alguns anos depois nos encontramos em São Paulo. 1986. Fui ao seu apartamento estrategicamente fincado alto de um prédio na Avenida Paulista. Não poderia ser em outro lugar. Da janela estampava visual mais puro de Sampa. Pessoas fervilhando nas calçadas, a torre da Rádio Gazeta, o Museu do Masp e os automóveis intermináveis atravessando sinais. Afonsinho dando os primeiros passos na música. Conversamos um pouco mais. Foi o último encontro.
De Fon fica a essência. Adeus Matéria!
PS: A foto de 1973, foi veiculada na pela Tribuna do Norte mostra os três irmãos (Fon está no centro)
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