Cuiabá. Cá estou. Calor. Queimada. A cidade muda. A cidade mudou no mesmo lugar. Do avião vejo o estado devastado. Lagoas ressecadas. Florestas desgarradas. A invasão do agronegócio nas ribeiras raleando o Mato Grosso. Nas asas do vento volto à cidade a trabalho desta vez.
A minha ressaca depois de 24 anos da última viagem à bordo da Chapada dos Guimarães. Tempo em que as comunidades alternativas fecundavam e floresciam nas veredas dos matagais. Ainda se falava em paz e amor, comida natural. Quando a ecologia ainda engatinhava nas mãos de uns poucos loucos. Vestígios da vida pacata que deu lugar ao tempo cibernético. Os ciclos se renovam. A roda do tempo.
A velha igreja matriz imponente no mesmo lugar. A cidade secular sussurra nos passos da multidão no centro histórico. Transito pelas ruas, atravesso pessoas. O bandeirante, o índio se misturam na paisagem urbana e não resisto a dois dedos de prosa. A tradição resiste na peixada com farofa de banana. Macathxeira do cerrado. As penas soltas do tuiuiu.
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