A Liga Árabe permanece calada diante o massacre no Bahrein, onde dezenas de pessoas foram metralhadas nas ruas a queima-roupas pelas tropas do Exército porque pediam a democratização. Os comentários internacionais falam que as minorias sunitas não querem dar vez aos xiitas. Estranho isso.
A Liga cala na revolta popular do Iemen, Síria, Omã, Jordania e noutros países árabes. Abona o comboio dos exércitos que sob o manto dos reis sauditas fazem a ronda e a defesa dos países, ou seriam reinados aliados, para impedir a expressão popular. A ONU também se omite. Os europeus e os EUA nada dizem. Pudera, há contratos amarrados de fornecimento o petróleo entre os xeques árabes e as principais economias ocidentais.
Mas Kaddafi não joga o jogo da Liga. Por isso, sofre o boicote da Liga Árabe e da Europa Ocidental. Defende seus interesses. Deve morrer (se morrer) no campo de luta, bem ao estilo Tuareg. A tribo nômade que vagueia pelo Saara e Oriente Médio, da qual é descendente.
Isso também não significa dizer que a matança se justifica. Isso não quer dizer que continuem armando aleatoriamente os revolucionários, num teatro sem direção. Nada disso justifica a guerra mesquinha que mata as pessoas. Muito estranho tudo isso.
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