Balada do Impostor
sou um impostor, um dia saberão
que simulei tudo o que sempre fui.
sou uma ficção, meu sangue é só linguagem
meu sopro é uma explosão que vem de dentro
em forma de palavra.
quando já não for mais, serei eu mesmo.
enquanto tardo, trapaceio contra o tempo
a máquina que vai me devorando
invento meus adventos e meus ventos
e vou passando como tudo passa
em busca de uma graça que ultrapasse
o círculo da minha circunstância
o espelho que não seja senão o outro
esse que me habita e que me espreita
e, não sendo eu, me acata os meus espantos.
*Do livro Balada do Impostor (Editora Garamond, 2006)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Reunião sem clima na Amazonia
Boicotaram o encontro promovido pelo Brasil, no dia de ontem em Manaus (AM), com os países da região amazônica para discutir a questão climática. Sete dos oitos países convidados para a pretensa Reunião de Cúpula declinaram do evento, frustrando o presidente brasileiro, Lula da Silva.
Apenas o administrador geral da Guiana (colônia francesa), Bharrat Jagdeo e o presidente francês Nicolas Sarkozy, marcaram presença. As desculpas foram as mais esfarrapadas possíveis, mostrando o desinteresse na causa pelos nossos vizinhos. A idéia de Lula era se afirmar como o porta-voz da Amazônia, levando uma proposta comum dos países a Conferência Mundial sobre o Clima, que acontece no mes de dezembro, em Conpenhague. Não vingou.
A falta dos "hermanos" irritou o presidente Lula, que se empenhou na promoção evento fazendo pessoalmente o convite aos seus colegas vizinhos. Foram convidados os líderes de todos os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) --Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além da França.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, Uribe (Colômbia) alegou problema numa perna, Evo Morales (Bolívia) se disse ocupado com as eleições do próximo mês, até o "muy amigo" Hugo Chavéz (Venezuela) alegou a visita presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que deixou o país na manhã ontem para evitar a reunião. Os outros justificaram compromissos inadiáveis. Antes inspirado, o presidente se vestiu com um terno no modelo dos usados por Evo Morales (foto). No final, restou a frustação.
E Lula se achando o estadista sul-americano sentiu na pele que não é muito levado a sério pelos colegas debaixo da linha do Equador. A não ser quando arruma alguma grana pros "hermanitos" ingratos.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Aula de civilidade
"Estou cagando e andando pras coisas que dizem sobre mim. Trabalho há 25 anos com jornalismo cultural", Rodrigues Neto, presidente da Funcarte (Fundação Cultural Capitania das Artes/PMN), em entrevista ao Novo Jornal.
Gente boa, esse é o vocabulário do novo gestor municipal da cultura natalense. Veja só onde a prefeitura foi amarrar a burra. Que nível, hein!
Gente boa, esse é o vocabulário do novo gestor municipal da cultura natalense. Veja só onde a prefeitura foi amarrar a burra. Que nível, hein!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Bombeiros interditam evento municipal em Mossoró
Essa eu pesquei do jornalista gente boa Carlos Santos.
O Corpo de Bombeiros de Mossoró interditou a Amostra de Projetos Científicos e Culturais, promovido pela Prefeitura de Mossoró. A interdição ocorreu na tarde ontem (24), por volta das 16h30, no corredor cultural onde o evento foi instalado.
Os peritos da corporação consideraram inadmissíveis as condições técnicas e de segurança da estrutura da municipalidade na Praça de Eventos (Avenida Rio Branco).
Foram localizadas várias gambiarras. O temor dos Bombeiros é que com várias experiências feitas no local por crianças e adolescentes, envolvenso materiais inflamáveis e elétrico, há o risco de acontecer alguma tragédia.
Leia mais no www.blogdocarlossantos.com.br
O Corpo de Bombeiros de Mossoró interditou a Amostra de Projetos Científicos e Culturais, promovido pela Prefeitura de Mossoró. A interdição ocorreu na tarde ontem (24), por volta das 16h30, no corredor cultural onde o evento foi instalado.
Os peritos da corporação consideraram inadmissíveis as condições técnicas e de segurança da estrutura da municipalidade na Praça de Eventos (Avenida Rio Branco).
Foram localizadas várias gambiarras. O temor dos Bombeiros é que com várias experiências feitas no local por crianças e adolescentes, envolvenso materiais inflamáveis e elétrico, há o risco de acontecer alguma tragédia.
Leia mais no www.blogdocarlossantos.com.br
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Sede de Poder
Depois de perder o controle da Samba – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, a turma da oposição está criando a Bamba – Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências. Bobagens.
A nova entidade será fundada oficialmente no próximo dia 28, durante os festejos do Gardênia´s Day, no bar da Nazaré.
O poder é mesmo embriagante.
A nova entidade será fundada oficialmente no próximo dia 28, durante os festejos do Gardênia´s Day, no bar da Nazaré.
O poder é mesmo embriagante.
Feira de Santana recebe livros da Coleção Mossoroense
O Blog da Feira, capitaneado pelo jornalista potiguar Jânio Rego, e a Fundação Vingt-Un Rosado, estarão fazendo amanhã (25) a doação de livros da Coleção Mossoroense à Prefeitura de Feira de Santana, na Bahia. O ato solene está marcado para as 17h, no Paço Maria Quitéria, sede da prefeitura. Todos os baianos estão convidados.
A Coleção Mossoroense detém um dos maiores acervos sobre o semi-árido nordestino, além de centenas de títulos sobre temas diversos. Foi criada pelo agrônomo e escritor Ving-un Rosado na década de 40, que publicou mais de três mil títulos. É a maior editora do Rio Grande.
A Coleção Mossoroense detém um dos maiores acervos sobre o semi-árido nordestino, além de centenas de títulos sobre temas diversos. Foi criada pelo agrônomo e escritor Ving-un Rosado na década de 40, que publicou mais de três mil títulos. É a maior editora do Rio Grande.
A Arena das Dunas nasceu da Fênix
Li outro dia na coluna Portfolio, escrita pelo jornalista Alex Medeiros, no Jornal de Hoje, que no estado de Phoenix, nos EUA, existia um estádio parecido com a Arena das Dunas. Não resisti e fui na net tirar a prova. Está lá o tal University Stadium of Phoenix. Veja a foto.
E não é que lembra mesmo algo já visto e vendido na aldeia de poti. Bem dizia o velho Charinha, que nesse mundo velho nada se cria tudo se copia.
Vai ter Quarta Cultural no Mercado de Petrópolis
A 8ª edição do projeto Quarta Cultural do Mercado de Petrópolis acontece amanhã. O evento vai ser dedicado à mulher potiguar, com uma homenagem especial a cantora Glorinha de Oliveira, estrela da era do rádio natalense. O que é muito justo.
A Quarta Cultural começa às 14h, com a Feira de Artesanato e Antiguidades; e a partir das 18h30, apresentações de Lene Macedo e Luciane Antunes; Exposição Fotográfica de Fábio Pinheiro; Instalação Poética do Coletivo AME; Performance Poética de Mariana Flor; e o re-Lançamento do Livro “Escrituras Sangradas” de Civone Medeiros.
O Mercado de Petrópolis fica na avenida Hermes da Fonseca, ali na curva da pista como dizem os periféricos do lugar.
A Quarta Cultural começa às 14h, com a Feira de Artesanato e Antiguidades; e a partir das 18h30, apresentações de Lene Macedo e Luciane Antunes; Exposição Fotográfica de Fábio Pinheiro; Instalação Poética do Coletivo AME; Performance Poética de Mariana Flor; e o re-Lançamento do Livro “Escrituras Sangradas” de Civone Medeiros.
O Mercado de Petrópolis fica na avenida Hermes da Fonseca, ali na curva da pista como dizem os periféricos do lugar.
Fome de cultura
A Prefeitura de Natal tem mostrado um grande apetite cultural. Em apenas um ano a Funcarte - Fundação de cultura capitania das artes comeu o Encontro Natalense de Escritores (ENE), a revista Brouhaha, o prêmio de poesia Othoniel Menezes, e o prêmio de prosa Câmara Cascudo. A Banda Sanfônica, o Teatro Sandoval Wanderley e o Parque Memorial da Cidade também foram engolidos.
É isso. Acabou com tudo, não ficou nada. Só a grade limpa e seca. Uma proeza e tanto.
É isso. Acabou com tudo, não ficou nada. Só a grade limpa e seca. Uma proeza e tanto.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Suprema Contradição
Depois de um longo processo recheado de polêmicas e debates, o Supremo Tribunal Federal - STF decidiu em julgamento pela extradição do italiano Cesare Battisti. Mas, ao mesmo tempo, o colégio de magistrados decidiu que a palavra final será do presidente da República, Lula da Silva. Foi pra frente e pra trás.
Cesare é uma peça processual. O ato do STF foi no mínimo contraditório. Pelo menos para mim que pensava que os poderes no Brasil eram independentes. Que um julgado do Supremo Tribunal, a mais alta instância judicial brasileira, era definitivo. O Judiciário sabe que o governo é a favor de Cesare.
Ou pode ser que a decisão de devolver a questão ao Executivo foi um gesto de agrado com presidente Lula, afinal foi ele quem indicou a grande parte dos magistrados que hoje estão no STF. Pode ser mesmo como diz a oração São Francisco, é dando que se recebe. De qualquer forma o Judiciário põe em xeque a independência do seu poder. E a credibilidade, ó!
Cesare é uma peça processual. O ato do STF foi no mínimo contraditório. Pelo menos para mim que pensava que os poderes no Brasil eram independentes. Que um julgado do Supremo Tribunal, a mais alta instância judicial brasileira, era definitivo. O Judiciário sabe que o governo é a favor de Cesare.
Ou pode ser que a decisão de devolver a questão ao Executivo foi um gesto de agrado com presidente Lula, afinal foi ele quem indicou a grande parte dos magistrados que hoje estão no STF. Pode ser mesmo como diz a oração São Francisco, é dando que se recebe. De qualquer forma o Judiciário põe em xeque a independência do seu poder. E a credibilidade, ó!
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
+ 1 poema de Júlio Saraiva
SONETO*
Às vezes sou louça fina,
às vezes barro grosseiro.
Às vezes deito menina
e choro no travesseiro.
Às vezes me acho na esquina,
à caça de aventureiro,
e digo que a minha sina
é dar por qualquer dinheiro.
Às vezes sou Colombina,
cheirada de cocaína
no fogo de fevereiro.
Às vezes sou peregrina,
tão frágil, tão pequenina,
rezando pelo mundo inteiro.
Às vezes sou louça fina,
às vezes barro grosseiro.
Às vezes deito menina
e choro no travesseiro.
Às vezes me acho na esquina,
à caça de aventureiro,
e digo que a minha sina
é dar por qualquer dinheiro.
Às vezes sou Colombina,
cheirada de cocaína
no fogo de fevereiro.
Às vezes sou peregrina,
tão frágil, tão pequenina,
rezando pelo mundo inteiro.
Silêncio verde
Leio na grande imprensa que o Partido Verde (PV) está tentando ampliar a base de apoio à senadora Marina Silva (PV-AC), na tentativa de viabilizar a candidatura à presidência da República em 2010. Costura de alianças e massificação da pré-candidata nas regiões brasileira.
Mas em Natal que é a única capital administrada pelo PV, a prefeita verde Micarla de Souza se amntém silente. Até agora nenhum um pio. Sentada no muro assim a banda passar. Os demais verdes potiguares também calam. Estranho. Muito estranho mesmo.
Mas em Natal que é a única capital administrada pelo PV, a prefeita verde Micarla de Souza se amntém silente. Até agora nenhum um pio. Sentada no muro assim a banda passar. Os demais verdes potiguares também calam. Estranho. Muito estranho mesmo.
Submissão nacional
Besteira maior ainda é o tal acordo ortográfico dos países da língua portuguesa, imposta por meia dúzia de sei lá quem. Grande merda essa de quem não tem mesmo o que fazer. Onde se viu tirar o trema da palavra lingüiça? Agora vamos ter que ler linguiça. É mesmo um enguiço.
Dizem que em Portugal o pessoal anda chiando. Parece que lá não vai colar. Mas aqui, pra variar, a maioria engole sem mastigar. Comigo não violão. Fico do lado dos escritores Nei Leandro de Castro e Ariano Suassuna, que já gritaram o protesto. Também não vou mudar minha escrita.
Dizem que em Portugal o pessoal anda chiando. Parece que lá não vai colar. Mas aqui, pra variar, a maioria engole sem mastigar. Comigo não violão. Fico do lado dos escritores Nei Leandro de Castro e Ariano Suassuna, que já gritaram o protesto. Também não vou mudar minha escrita.
Colônia potyguara
Besteira essa de alguns colunistas e jornalistas em chamar a Avenida Afonso Pena de Oscar Freire natalense. A aculturação e o gosto pelo colonialismo é mesmo uma merda que os colunáveis adoram. Essa falta de autenticidade dói. Pobre Natal.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Poema de Leonardo Fróes
JUSTIFICAÇÃO DE DEUS
o que eu chamo de deus é bem mais vasto
e às vezes muito menos complexo
que o que eu chamo de deus. Um dia
foi uma casa de marimbondos na chuva
que eu chamei assim no hospital
onde sentia o sofrimento dos outros
e a paciência casual dos insetos
que lutavam para construir contra a água.
Também chamei de deus a uma porta
e a uma árvore na qual entrei certa vez
para me recarregar de energia
depois de uma estrondosa derrota.
Deus é o meu grau máximo de compreensão relativa
no ponto de desespero total
em que uma flor se movimenta ou um cão
danado se aproxima solidário de mim.
E é ainda a palavra deus que atribuo
aos instintos mais belos, sob a chuva,
notando que no chão de passagem
já brotou e feneceu várias vezes o que eu chamo de alma
e é talvez a calma
na química dos meus desejos
de oferecer uma coisa.
(De Sibilitz, 1981)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Folhas ao chão
Coleção Mossoroense em Feira de Santana
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Prefeitura de Feira de Santana vão receber nos próximos dias os livros da Coleção Mossoroense. O material está sendo doado pelo Blog da Feira (www.blogdafeira.com.br) que conseguiu o material junto à Fundação Vingt-un Rosado, de Mossoró.
A Coleção Mossoroense tem mais de 3 mil títulos publicados, com vasto material sobre o semi-árido nordestino. Muito bom!
A Coleção Mossoroense tem mais de 3 mil títulos publicados, com vasto material sobre o semi-árido nordestino. Muito bom!
Lá vem a bolsa telefone
Em tempo eleitoral vale tudo. Depois do Bolsa Escola, Bolsa Família, Vale Gás, Programa do Leite, Bolsa Gestante, o governo federal agora estuda o lançamento do Bolsa Celular. É o supra sumo do superfluo social. Pelo projeto o governo vai doar alguns milhões de telefones celular com crédito mensal de sete reais. O projeto prevê investimento de R$ 2 milhões em dois anos.
As operadoras também serão contempladas, com a isenção do imposto chamado Fistel - um fundo regulamentação da telefonia, algo equivalente a R$ 13,60 por aparelho cadastrado. Oi, Claro, Tim, Vivo, todas já manifestaram apoio ao projeto, louquinhas pelo subsídio, afinal serão elas as grandes beneficiárias.
Na verdade todo mundo sabe, que hoje todo mundo tem um telefone celular. Da mansão a favela. Pesquisas atestam que existem mais telefones móveis que habitantes neste Brasil.Êta brasil véio estribado!
As operadoras também serão contempladas, com a isenção do imposto chamado Fistel - um fundo regulamentação da telefonia, algo equivalente a R$ 13,60 por aparelho cadastrado. Oi, Claro, Tim, Vivo, todas já manifestaram apoio ao projeto, louquinhas pelo subsídio, afinal serão elas as grandes beneficiárias.
Na verdade todo mundo sabe, que hoje todo mundo tem um telefone celular. Da mansão a favela. Pesquisas atestam que existem mais telefones móveis que habitantes neste Brasil.Êta brasil véio estribado!
Programa de Domingo
Paulo Moura no Nação Potiguar
terça-feira, 10 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Egberto Gismonti em Natal
Quem vem por ai é o violonista e compositor Egberto Gismonti. O artista vai se apresentar dentro da programação do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante, etapa Natal, que começa na próxima terça-feira e vai até o domingo (15). O evento inclui ainda espetáculos de dança, teatro exposição, cinema e oficinas.
Egberto participa do show Vozes de Mestres no Teatro Alberto Maranhão, em data a ser divulgada pelos organizadores. Vai se apresentar ao lado de Frei Chico, Lira Marques e um mestre local (ainda não identificado).
Egberto Gismonti esteve em Natal pela última vez na segunda metade dos anos 70, no projeto Pixinguinha. Som de primeira!
Poema de Lawrence Ferlinghetti
...7
Que poderia ela dizer para o ursinho fantástico
que poderia ela dizer para o irmão
que poderia ela dizer
para o gato de pés futuros
que poderia ela dizer para a mãe
depois daquela vez em que deitou toda tesa
entre as flores bambas
da margem quente de um rio
onde caíam samambaias em leque no ar quebrado
do hálito do seu namorado
e os passarinhos muito doidos
se jogaram das árvores
para provar ainda quente no chão
a semente de esperma arremessada
trad. Leonardo Fróes
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
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