Pega mal para o presidente Lula adotar posição dúbia em relação à política internacional dos direitos humanos. Fazendo a linha de seu Mateus primeiro os seus, Lula se posta ao lado de governos que não respeitam a democracia e a liberdade de expressão.
Assim, o presidente nega apoio aos dissidentes políticos de Cuba, alegando respeito à Justiça daquele país. Porém se intrometeu em Honduras, em defesa do presidente deposto Luiz Zelaya, desrespeitando a decisão constitucional hondurenha e as regras diplomáticas internacionais. É o retrato contradição. Muito embora a postura dos políticos hondurenhos seja condenável, assim como o governo cubano.
A infeliz declaração de Lula, que ainda comparou os presos políticos cubanos aos presos brasileiros condenados crimes comuns, foi dada em resposta à carta dirigida a ele e entregue à imprensa por um grupo de dissidentes cubanos moderados nessa terça-feira.
Na carta, o grupo pede que presidente brasileiro interceda junto ao governo de Cuba, com o qual é bem relacionado, para a liberação de 20 presos políticos em estado de saúde delicado, evitando assim, a morte do jornalista opositor Guillermo Fariñas, em greve de fome desde o dia 24 de fevereiro, logo depois da morte do dissidente político Orlando Zapata, também motivada por greve de fome.
O presidente Lula já se negou por duas vezes atender os dissidentes políticos cubanos, defensores reais da democracia. Prefere agradar Fidel e sua turma que comandam o totalitarismo de esquerda. Mas o totalitarismo não tem bandeira é apenas totalitarismo.
Homens cubanos estão presos apenas por discordarem do regime totalitário imposto pela família Castro que há mais de 50 anos governa a ilha com mão de ferro. Cuba também tem lá suas virtudes, mas nada suprime os defeitos da omissão da liberdade de opinião e da democracia plena.
Orlando Zapata, preso político, morreu em fevereiro depois de uma greve de fome. A atitude foi banalizada pelo presidente durante visita aquele país, quando amenizou a barra dos irmãos Castro, ao afirmar que não "poderia julgar um país ou a atividade de um governante em função da atitude de um cidadão que decide fazer uma greve de fome."
No começo deste mês, o cineasta iraniano Jafar Panahi, ganhador da Palma de Ouro em Veneza, e crítico do governo do Irã foi preso em sua casa, ao lado da esposa Mahnaz Mohamadi, a filha do casal e mais 15 pessoas que estavam na casa da família. Jafar Panahi foi levado pela polícia para lugar desconhecido. Lula também ignora caso, assim como, as mumunhas do presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e de outros amigos de postura duvidosa.
Lula que tem reconhecida liderança e visibilidade mundial poderia usar seu pretígio e botar a boca no mundo para defender os presos políticos cubanos, hondurenhos, venezuelanos, iranianos e dos demais rincões desse mundo velho, que sofrem por defender a liberdade de opinião. Poderia protestar nos fóruns internacionais em dedesa dos direitos humanos. Mas prefere se calar. Faz papel menor na história.
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