Soneto do verão inaugural
Antes, bem antes que o verão estenda
seus panos nos varais e seus cajus
maturem o vão instante e antes que os
ventos se soltem e cantem a tua lenda,
bem antes que do céu o ouvido atenda
ao grito da gaivota que transluz,
salte o peixe do mar, no ar esplenda
o seu rastro veloz de escama e luz,
possa eu te amar em tua brônzea cama,
em nossas noites de paixão e jogo,
num entregar-se de dunas. sal e fogo,
murmúrios, quietudes, paz e drama,
condenado ao jardim de tuas delícias,
ao inferno (ateu céu), nossas primícias.
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