Deus me livre de defender a Fifa no bate-bucha com Brasil no caso da meia-entrada. Nem sei quem são aquele povo. O que fazem ou com quem andam. Comigo é que não é. Também não sei como os acordos entre as partes foram traçados. Mas esse negócio do poder público ficar obrigando a meia-entrada em eventos que não são promovidos, nem concessões do Estado merece uma revisão urgente.
O produtor ou artista vai lá, corre atrás para fazer a produção do espetáculo, uma atividade um tanto complexa. Sai na busca de patrocínios. Gasta muitas vezes o que não tem. Outras vezes pega empréstimos ou vende bens pessoais para viabilizar o projeto, e quando bota o bloco na rua para mostrar sua arte, e ao mesmo tempo, arrecadar o investimento, assim garantir seu sustento, vem o Estado e diz que estudante e idoso pagam meia-entrada. A Justiça obriga o cumprimento da lei. Se for o caso, manda a polícia fazer valer. O produtor cultural fica de mãos atadas. Não tem para onde correr. E tudo fica por isso mesmo. Este negócio não está certo.
Todos os produtores culturais e quem mais conhecem o ramo sabem que quando vale a meia-entrada nos espetáculos, a bilheteria cai entre 40% e 50%, e os prejuízos a partir dai começam a se acumular nos bastidores. Cai o pano e ninguém vem ajudar a produção a pagar as contas. O Estado muito menos. Pimenta nos olhos do outros é colírio. Está mais do que na hora de se discutir essa questão no âmbito político. A lei da meia-entrada é perdulária à cultura.
Tudo bem que o Estado conceda a benesse, mas que então pague o subsídio, repondo os 50% da meia-entrada. Muito justo, e muito simples assim. Os atores da cultura é que não podem arcar com esse ônus. Eles não têm pano para as mangas. A União, o Estado e os municípios devem se articular para apoiar os fazedores de cultura. Não tirar-lhes o pão pela metade. Os políticos devem fazer a sua parte. Chega de omissão.
Mas o que eu quero saber mesmo é quem vai restituir a outra parte da meia-entrada aos artistas e produtores culturais do Rio Grande e deste imenso país? Uma resposta logo, me faça o favor.
Tem razão em seus argumentos. Mas no caso da Copa, a sociedade já a custeia por meio dos impostos que estão sendo revertidos na construção ou reforma de estádios...
ResponderExcluirE quanto a apresentações culturais, quantas destas possuem investimento público por meio da Lei Rouanet ou mesmo por investimento direito - Petrobrás, Caixa, Banco do Brasil etc.?
Pode-se chegar a um meio-termo, do tipo somente espetáculos que possuem o custeio integral ou parcial público devem oferecer o direito da meia-entrada?
Também concordo contigo. É preciso discutir essas coisas mais abertamente. Essa não é uma questão tão simples para ficar no abafador. Fato é que a grande maioria dos artistas e produtores deste imenso país andam sendo penalizados.
ResponderExcluirAs leis de cultura são meio complexa e ainda contemplam uma minoria. vamos em frente....