De novo vem o verão. E de novo vem a chatice e a lengalenga nos jornais sobre a poda do cajueiro de Pirangi do Norte, cujos galhos invadem deliberadamente as estradas atrapalhando o trânsito. De novo, vou metendo meu bedelho no assunto.
Fato. O Cajueiro de Pirangi do Norte teve seu espaço delimitado por uma cerca. Desde então, foram fincados seus limites. O seu espaço delimitado de crescimento. O que extrapola a cerca invadindo as duas avenidas e uma rua tranversal, pode e deve ser podado de forma técnica e racional. Simples assim.
Qualquer principiante do Direito em sã consciência sabe que os limites determinam o espaço da posse. O caso do cajueiro não passa de mais um daqueles imbróglios jurídicos desnecessários. E acredito que a Vara da Fazenda Pública vai usar o bom senso em sua decisão.
Particularmente, não vejo porque esse alarde dos comerciantes e ecologistas de vitrine para impedir a poda, e assim, permitir a invasão desordenada dos galhos do cajueiro na via pública, transformando o verão num verdadeiro inferno naquele trecho do litoral sul.
Se os comerciantes e os ecologistas de vitrine queriam que o cajueiro crescesse aleatoriamente não deveriam ter cercado a velha árvore anos atrás. Aliás, onde estavam eles naquela época? No mais, os comerciantes bem que poderiam reduzir suas glebas para que o cajueiro cresça um pouquinho mais ao sul. Seria um ato sensato e nobre.
Ademais não será com a poda que os turistas deixarão de visitar o cajueiro. Nem mesmo se ele deixar de ser o maior cajueiro do mundo. Nem assim, perderá sua imponência e o interesse popular.
Aquele velho cajueiro não passa de uma imagem pregada na memória da minha infância. Quando então era uma árvore livre que dividia o espaço com outros pés de cajueiros, mangabas, araçás, maria-preta, ameixa do mato e outras frutinhas selvagens que brotavam no sopé do morro que ia dar no rio Pirangi.
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