terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mar de sargaços

Geraldo Carneiro

no seu maremoto de sargaços negros
na sua garganta minha caravela
começa de novo nos quintais vazios
a plantar canteiros no meio da noite
nos seus alagados e no fim de tudo
a cantar baladas de uma estranha lua
entre os peixes mortos onde algum corsário
a tramar batalhas no seu mar profundo
recolhendo gritos nas suas entranhas
vaga submerso a beber encolhos
de outros naufrágios de cristais marinhos.

no seu mar profundo no meio da noite
a beber encolhos de uma estranha lua
a tramar batalhas nas suas entranhas
onde algum corsário vaga submerso
a cantar baladas nos seus alagados
recolhendo gritos de outros naufrágios
na sua garganta de cristais marinhos
a plantar canteiros de sargaços negros
nos quintais vazios no seu maremoto
a no fim de tudo entre os peixes mortos
começa de novo minha caravela.

* In Verão Vagabundo

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