Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar
belíssimo Ano Novo cor do arco-íris,
ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação
com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior) novo,
espontâneo,
que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come,
se passeia,
se ama,
se compreende,
se trabalha,
você não precisa beber champanha
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir
nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade,
recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro,
tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você
que o Ano Novo cochila
e espera desde sempre.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Jacaré volta pro rio
Os jacarés voltaram a povoar o rio Mossoró. Neste final de ano, pelo menos nove animais já foram capturados por moradores ribeirinhos e pelo Ibama, principalmente, no trecho entre as cidades de Mossoró e Governador Dix-sept Rosado (ou São Sebastião, como queiram).
Parece ser um bom sinal da natureza na restauração da cadeia alimentar do rio.
*Foto: Gazeta do Oeste.
Estado viabiliza Fundo de Cultura
A governadora Rosalba Ciarlin sancionou a lei que institui o Fundo Estadual de Cultura (FEC).
O Fundo é voltado para o fomento da produção artístico-cultural, através do custeio
total ou parcial de projetos culturais nas áreas das artes cênicas, plásticas, gráficas e tecnológicas; cinema, fotografia, vídeo e internet; literatura, música, dança, artesanato, folclore, tradições populares, patrimônio material e imaterial, museologia, bibliotecas, arquivos, acervos, patrimônio histórico e arquitetônico.
A fonte de recursos do Fundo de Cultura será equivalente a 0,5% da receita corrente líquida do ICMS do Estado. Os percentuais dos recursos serão divididos em 50% para os municípios da Região Metropolitana de Natal e 50% para os demais municípios.
A distribuição será feita da seguinte maneira:
- 40% para a concessão de financiamento de projetos oriundos de órgãos ou entes da administração pública estadual ou municipal;
- 15% para investimento no patrimônio arquitetônico tombado;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Bibliotecas;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Bandas;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Museus;
- 30% para demanda pública atendida por meio de editais.
Tai, algo de bom no reino dos potiguaras.
O Fundo é voltado para o fomento da produção artístico-cultural, através do custeio
total ou parcial de projetos culturais nas áreas das artes cênicas, plásticas, gráficas e tecnológicas; cinema, fotografia, vídeo e internet; literatura, música, dança, artesanato, folclore, tradições populares, patrimônio material e imaterial, museologia, bibliotecas, arquivos, acervos, patrimônio histórico e arquitetônico.
A fonte de recursos do Fundo de Cultura será equivalente a 0,5% da receita corrente líquida do ICMS do Estado. Os percentuais dos recursos serão divididos em 50% para os municípios da Região Metropolitana de Natal e 50% para os demais municípios.
A distribuição será feita da seguinte maneira:
- 40% para a concessão de financiamento de projetos oriundos de órgãos ou entes da administração pública estadual ou municipal;
- 15% para investimento no patrimônio arquitetônico tombado;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Bibliotecas;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Bandas;
- 5% para investimento no Sistema Estadual de Museus;
- 30% para demanda pública atendida por meio de editais.
Tai, algo de bom no reino dos potiguaras.
Os tentáculos do cajueiro
Será que o caramanchão que vão fazer no grande cajueiro de Pirangi do Norte vai ser alto o suficiente para passar ônibus e caminhão por baixo?
Ou será que vão fazer outra via para veículos pesados só para não podar o cajueiro? As alternativas até aqui existentes são complicadas, ladeiras íngremes e ruas estreitas.
O que será que será?
Ou será que vão fazer outra via para veículos pesados só para não podar o cajueiro? As alternativas até aqui existentes são complicadas, ladeiras íngremes e ruas estreitas.
O que será que será?
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Queimando grana
A Prefeitura de Natal passa longe da crise financeira. O que os jornais falam só pode ser boato. Agora mesmo vai torrar R$ 300 mil em fogos e toda a pirotecnia do ano novo. No Natal em Natal queimou mais 230 mil. O foguetório já passa do meio milhão. Quem risca o pavio é a Secretaria Municipal de Turismo.
Enquanto isso, o consultório de odontologia do Posto de Saúde de Pirangi está sem atender por falta de material.
E assim o circo vai pegando fogo.
Enquanto isso, o consultório de odontologia do Posto de Saúde de Pirangi está sem atender por falta de material.
E assim o circo vai pegando fogo.
Macaca Chita sai de cena
Morreu Chita, a lendária macaca dos filmes de Tarzan. Tinha 81 anos. Era natural da Libéria e vivia nos EUA.
A macaca inteligente e divertida protagonizou pelo menos 12 filmes nas décadas de 1930 e 1940 ao lado do herói Tarzan - interpretado pelo ator Johnny Weissmuller. Filmes que depois passaram a ser exibidos pelas redes televisões do mundo inteiro, sobrevivendo até a década 70. Quem foi menino nesse tempo deve ser lembrar.
Chita chegou a ser indicada por três vezes para a Calçada da Fama de Hollywood, ao lado de atores animais como Lassie e Rin Tin Tin, mas nunca teve a marca de suas patas imortalizadas. Foi injustiçada pelo movie business norte-americano.
Aposentada, a macaca vivia no refúgio de animais The Suncoast Primate Sanctuary de Palm Harbor, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. A morte em 24 de dezembro, decorreu em conseqüência de problemas renais. Era a macaca mais velha do mundo, estava no Guiness Book desde de 2001.
Leia mais no: ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/morre-macaca-chita-a-famosa-companheira-de-tarzan/n1597452712410.html
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
A demolição do CNJ
Paulo Linhares
Uma das mais importantes instituições republicanas de criação recente, no Brasil, é induvidosamente o Conselho Nacional de Justiça. Instituído em obediência ao que determina o art. 103-B da Constituição Federal, o CNJ foi criado em 31 de dezembro de 2004 e instalado em 14 de junho de 2005, na condição de órgão do Poder Judiciário com sede em Brasília/DF e atuação em todo o território nacional, "[...] que visa, mediante ações de planejamento, à coordenação, ao controle administrativo e ao aperfeiçoamento do serviço público na prestação da Justiça", conforme se lê no frontispício do seu portal na Internet.
O CNJ surgiu mais ou menos a partir da constatação, pela cúpula do Poder Judiciário brasileiro, de que surgiria um "órgão de controle externo" para atuar contra si, composto obviamente, também, por pessoas estranhas à magistratura nacional. E se antecipou com a criação do CNJ, como que seguindo aquele conselho de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, político que governou Minas Gerais na época da República Velha, cujo pensamento (reformista) sintetizava-se na frase "Façamos a revolução antes que o povo a faça".
Alguns importantes segmentos da sociedade civil, a exemplo da própria Ordem dos Advogados do Brasil, aspiravam por algo bem incisivo que o CNJ e que impusesse um efetivo "freio" ao Poder Judiciário, numa versão decerto mais radicalizada - de controle externo efetivo! - que a Teoria dos Freios e Contrapesos ("Checks and Balances"), desenvolvida pelos pais da nação norte-americana a partir da matriz de Montesquieu, no "Espírito das Leis", para quem a tripartição de poderes seria um sistema "em que um controla o outro e em que cada órgão exerce as suas competências [...]. A tripartição, portanto, é a técnica pela qual o poder é contido pelo próprio poder, um sistema de freios e contrapesos [...], uma garantia do povo contra o arbítrio e o despotismo".
O processo de consolidação do CNJ, nesses seis poucos anos de existência, passou por altos e baixos: surgiu na presidência do ministro Nelson Jobim com uma atuação forte e que fez acender luzinhas amarelas em muitos gabinetes de poderosos magistrados; na presidência da ministra Ellen Gracie foi uma versão "light" do estilo Jobim, com a elegância parcimoniosa que caracteriza essa jurista gaúcha, porém sem avanços mais significativos; na presidência do ministro Gilmar Mendes, teve o seu melhor momento, até agora, porquanto ganhou estrutura (e musculatura) enquanto instituição, ademais da atuação incisiva do ministro Gilson Dipp na condição de Corregedor Nacional de Justiça; e, finalmente, a presidência do ministro Cezar Peluso, cujo término ocorrerá em 2012, marcada pela "desaceleração" do CNJ e, neste momento, pela ameaça de literal demolição do que fora construído até agora, porquanto tem sido alvo constante das poderosas entidades representativas dos magistrados, as "três irmãs" - as associações dos Magistrados Brasileiros (AMB), dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).
As "três irmãs" fazem, atualmente, um "tour de force" contra a ministra Eliana Calmon, atual Corregedora Nacional de Justiça que depois de ter dado declarações bombásticas contra magistrados, agora deseja investigar-lhes os contracheques. Em face disso, ajuizaram recentemente, no Supremo Tribunal Federal, mais uma ação de inconstitucionalidade contra competências do Conselho Nacional de Justiça que visam à punição de juízes e desembargadores em processos administrativos disciplinares, por atos de corrupção.
Desta feita, essas entidades contestam o dispositivo do Regimento Interno do CNJ (artigo 8º, inciso V), que permite à Corregedoria-Geral da Justiça - atualmente ocupada pela ministra Eliana Calmon - "requisitar a autoridades monetárias, fiscais e outras mais, como os Correios e empresas telefônicas, informações e documentos sigilosos, visando à instauração de processos submetidos à sua apreciação". Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, concederam liminares em face do CNJ que, na prática, podem paralisar o seu funcionamento.
A sua demolição está em curso e isso dificilmente favorecerá o avanço das instituições do Poder Judiciário brasileiro. Um enorme retrocesso, sem dúvida alguma, que, em vista dos postulados republicanos e democráticos, nos fará bem mais pobres do que somos.
Uma das mais importantes instituições republicanas de criação recente, no Brasil, é induvidosamente o Conselho Nacional de Justiça. Instituído em obediência ao que determina o art. 103-B da Constituição Federal, o CNJ foi criado em 31 de dezembro de 2004 e instalado em 14 de junho de 2005, na condição de órgão do Poder Judiciário com sede em Brasília/DF e atuação em todo o território nacional, "[...] que visa, mediante ações de planejamento, à coordenação, ao controle administrativo e ao aperfeiçoamento do serviço público na prestação da Justiça", conforme se lê no frontispício do seu portal na Internet.
O CNJ surgiu mais ou menos a partir da constatação, pela cúpula do Poder Judiciário brasileiro, de que surgiria um "órgão de controle externo" para atuar contra si, composto obviamente, também, por pessoas estranhas à magistratura nacional. E se antecipou com a criação do CNJ, como que seguindo aquele conselho de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, político que governou Minas Gerais na época da República Velha, cujo pensamento (reformista) sintetizava-se na frase "Façamos a revolução antes que o povo a faça".
Alguns importantes segmentos da sociedade civil, a exemplo da própria Ordem dos Advogados do Brasil, aspiravam por algo bem incisivo que o CNJ e que impusesse um efetivo "freio" ao Poder Judiciário, numa versão decerto mais radicalizada - de controle externo efetivo! - que a Teoria dos Freios e Contrapesos ("Checks and Balances"), desenvolvida pelos pais da nação norte-americana a partir da matriz de Montesquieu, no "Espírito das Leis", para quem a tripartição de poderes seria um sistema "em que um controla o outro e em que cada órgão exerce as suas competências [...]. A tripartição, portanto, é a técnica pela qual o poder é contido pelo próprio poder, um sistema de freios e contrapesos [...], uma garantia do povo contra o arbítrio e o despotismo".
O processo de consolidação do CNJ, nesses seis poucos anos de existência, passou por altos e baixos: surgiu na presidência do ministro Nelson Jobim com uma atuação forte e que fez acender luzinhas amarelas em muitos gabinetes de poderosos magistrados; na presidência da ministra Ellen Gracie foi uma versão "light" do estilo Jobim, com a elegância parcimoniosa que caracteriza essa jurista gaúcha, porém sem avanços mais significativos; na presidência do ministro Gilmar Mendes, teve o seu melhor momento, até agora, porquanto ganhou estrutura (e musculatura) enquanto instituição, ademais da atuação incisiva do ministro Gilson Dipp na condição de Corregedor Nacional de Justiça; e, finalmente, a presidência do ministro Cezar Peluso, cujo término ocorrerá em 2012, marcada pela "desaceleração" do CNJ e, neste momento, pela ameaça de literal demolição do que fora construído até agora, porquanto tem sido alvo constante das poderosas entidades representativas dos magistrados, as "três irmãs" - as associações dos Magistrados Brasileiros (AMB), dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).
As "três irmãs" fazem, atualmente, um "tour de force" contra a ministra Eliana Calmon, atual Corregedora Nacional de Justiça que depois de ter dado declarações bombásticas contra magistrados, agora deseja investigar-lhes os contracheques. Em face disso, ajuizaram recentemente, no Supremo Tribunal Federal, mais uma ação de inconstitucionalidade contra competências do Conselho Nacional de Justiça que visam à punição de juízes e desembargadores em processos administrativos disciplinares, por atos de corrupção.
Desta feita, essas entidades contestam o dispositivo do Regimento Interno do CNJ (artigo 8º, inciso V), que permite à Corregedoria-Geral da Justiça - atualmente ocupada pela ministra Eliana Calmon - "requisitar a autoridades monetárias, fiscais e outras mais, como os Correios e empresas telefônicas, informações e documentos sigilosos, visando à instauração de processos submetidos à sua apreciação". Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, concederam liminares em face do CNJ que, na prática, podem paralisar o seu funcionamento.
A sua demolição está em curso e isso dificilmente favorecerá o avanço das instituições do Poder Judiciário brasileiro. Um enorme retrocesso, sem dúvida alguma, que, em vista dos postulados republicanos e democráticos, nos fará bem mais pobres do que somos.
Não derrubem os muros de jasmins
Jarbas Martins
Não derrubem os muros de jasmins
que a usura, as leis, o desamor não tecem.
Paralisam-se as dunas, os ventos ruins
ao baque de uma árvore enlouquecem.
A saltitar golfinhos não entretecem
e o elefante e suas danças de marfins.
Um iceberg fende-se, emagrecem
os rios esquecidos de seus fins.
O canto das baleias já ensurdecem,
a calúnia desata os seus mastins.
Não derrubem os muros de jasmins
que a usura, as leis, o desamor não tecem.
Não derrubem os muros de jasmins.
Não derrubem os muros de jasmins
que a usura, as leis, o desamor não tecem.
Paralisam-se as dunas, os ventos ruins
ao baque de uma árvore enlouquecem.
A saltitar golfinhos não entretecem
e o elefante e suas danças de marfins.
Um iceberg fende-se, emagrecem
os rios esquecidos de seus fins.
O canto das baleias já ensurdecem,
a calúnia desata os seus mastins.
Não derrubem os muros de jasmins
que a usura, as leis, o desamor não tecem.
Não derrubem os muros de jasmins.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
A ditadura é cor de Rosa
A ditadura Rosado começa a estender os tentáculos na capital. No apagar da semana passada, a governadora Rosalba Ciarlini Rosado, assinou um dispositivo que proíbe manifestações expressivas no Centro Administrativo onde está a sede do governo do estado. Foi o presente de Natal.
Camuflada sob a justificativa de proteção à área da Governadoria e adjacências, a portaria deixa claro que a instalação de barracas – normalmente usadas por grevistas para se proteger do sol – mesmo que temporariamente, não será mais tolerada. Aos poucos a Rosa vai podando a liberdade de expressão.
Estás vendo!
Leia mais: www.nominuto.com/noticias/politica/decreto-praticamente-esvazia-direito-de-protesto-no-centro-administrativo/80247/
Camuflada sob a justificativa de proteção à área da Governadoria e adjacências, a portaria deixa claro que a instalação de barracas – normalmente usadas por grevistas para se proteger do sol – mesmo que temporariamente, não será mais tolerada. Aos poucos a Rosa vai podando a liberdade de expressão.
Estás vendo!
Leia mais: www.nominuto.com/noticias/politica/decreto-praticamente-esvazia-direito-de-protesto-no-centro-administrativo/80247/
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Noturno
Noite
Tráfego
Vontade de fumar
Inspirar ar
Encher o pulmão do que deus não duvida.
E noite sonho a insônia que transverte
Age no lume de leme
Atravessa vidros copos corpos
Veloz lucidez travessa.
Tráfego
Notívago, sigo na vaga
Constelação minha bússola quando outros instrumentos pifaram
Até se a chuva cair ponto por porto sou eu
Senão sou
Rotas que despontam
Faróis querendo návegos
Serão meus ventos repatriados?
Entre uns e outros poços
Sentado sobre tal petróleo óleo fóssil doutras eras
Eu campônio que ara os palmos de mim.
Noite
Tráfego
Ônibus que interpela transeuntes
Semáforos, neons, confusões, artifícios
Sigo por ai
O semi-árido argumentando os fatos
Fator impulsor
O tráfego.
É noite para nós que não temos mais que passos se fazendo luzes.
Tráfego
Vontade de fumar
Inspirar ar
Encher o pulmão do que deus não duvida.
E noite sonho a insônia que transverte
Age no lume de leme
Atravessa vidros copos corpos
Veloz lucidez travessa.
Tráfego
Notívago, sigo na vaga
Constelação minha bússola quando outros instrumentos pifaram
Até se a chuva cair ponto por porto sou eu
Senão sou
Rotas que despontam
Faróis querendo návegos
Serão meus ventos repatriados?
Entre uns e outros poços
Sentado sobre tal petróleo óleo fóssil doutras eras
Eu campônio que ara os palmos de mim.
Noite
Tráfego
Ônibus que interpela transeuntes
Semáforos, neons, confusões, artifícios
Sigo por ai
O semi-árido argumentando os fatos
Fator impulsor
O tráfego.
É noite para nós que não temos mais que passos se fazendo luzes.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Arthur Moreira Lima e o piano em Natal
Nesta sexta-feira, o pianista Arthur Moreira Lima se apresenta no Anfiteatro do Campus da UFRN. Às 20 horas. No repertório, grandes nomes da música erudita e popular brasileira: Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Villa Lobos, Ernesto Nazareth e
Pixinguinha são alguns da lista.
Em turnê no Rio Grande desde o dia 08 de dezembro, Arthur Moreira Lima está percorrendo o país num caminhão adaptado com palco, som e luz, fazendo shows ao ar livre. O pianista é reconhecido como um dos maiores intérpretes da obra de Chopin. Ontem tocou na zona norte.
Uma grande jogada, e o governo do estado via secretaria extraordinária de cultura marca ponto apoiando a estadia do músico no Rio Grande.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
O som amigo de Geraldo Carvalho
Morando em Brasília, o músico Geraldo Carvalho volta a Natal para rever a brisa que vem do mar. E amanhã começa a temporada musical de verão, tocando e cantando a partir das 18h, na Árvore de Mirassol. Dia 23, às 21h, se apresenta no Cangalha Bar Petiscaria, em Ponta Negra, no dia 31, pega o rumo do Ceará e faz um som em Canoa Quebrada.
E o governo não quer que a banda toque
E a governadora Rosalba Ciarlini hein! Vetou o Projeto de Lei que cria o Sistema Estadual de Bandas do Rio Grande do Norte (Seban) que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa.
Pelo projeto de lei, o Seban iria atuar na organização, qualificação e incentivo às 115 Bandas de Música na região de Natal e no interior do Rio Grande, principalmente agora que o Fundo Estadual de Cultura que destina um percentual exclusivo às bandas de música foi aprovado.
A governadora alega que alguns equívocos de natureza jurídica motivaram o veto, uma vez que, segundo a Consultoria do Estado, o Poder Legislativo não pode atribuir obrigações e atribuições orçamentárias ao Executivo. Porém o deputado Fernando Mineiro, autor do PL, rebate essa versão. Para ele, houve má vontade do governo, pois não há qualquer empenho de despesa por parte do Executivo do RN.
“O Projeto de Lei respeitou toda a tramitação legal prevista. O veto afirma que também existe no PL inconstitucionalidade material. Tal argumento se apresenta ainda mais estapafúrdio, pois um Projeto de Lei é materialmente inconstitucional quando o seu conteúdo, no todo ou em parte, contraria dispositivo constitucional sobre o mesmo tema”, descarregou Mineiro à imprensa poti.
Existe a desconfiança de que o veto aconteceu, porque, no frigir dos ovos, o governo gostaria de ter sido autor do projeto de lei. São as banalidades egocêntricas que acabam punindo a cultura deste velho e cansado Rio Grande. Mais uma bola fora.
Pelo projeto de lei, o Seban iria atuar na organização, qualificação e incentivo às 115 Bandas de Música na região de Natal e no interior do Rio Grande, principalmente agora que o Fundo Estadual de Cultura que destina um percentual exclusivo às bandas de música foi aprovado.
A governadora alega que alguns equívocos de natureza jurídica motivaram o veto, uma vez que, segundo a Consultoria do Estado, o Poder Legislativo não pode atribuir obrigações e atribuições orçamentárias ao Executivo. Porém o deputado Fernando Mineiro, autor do PL, rebate essa versão. Para ele, houve má vontade do governo, pois não há qualquer empenho de despesa por parte do Executivo do RN.
“O Projeto de Lei respeitou toda a tramitação legal prevista. O veto afirma que também existe no PL inconstitucionalidade material. Tal argumento se apresenta ainda mais estapafúrdio, pois um Projeto de Lei é materialmente inconstitucional quando o seu conteúdo, no todo ou em parte, contraria dispositivo constitucional sobre o mesmo tema”, descarregou Mineiro à imprensa poti.
Existe a desconfiança de que o veto aconteceu, porque, no frigir dos ovos, o governo gostaria de ter sido autor do projeto de lei. São as banalidades egocêntricas que acabam punindo a cultura deste velho e cansado Rio Grande. Mais uma bola fora.
Soneto do amor perfeito
Vinícius de Moraes
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo.
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo.
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Cajueiro de verão a veraneio
Vamos podar os galhos do cajueiro de Pirangi do Norte. Que cercaram porque quiseram. Aquele cajueiro para mim vai muito mais longe que seus galhos esparramados na avenida desastrada. Quando tudo eram dunas e tabuleiros e veraneios. E deixa pra lá.
Fato é que prenderam o cajueiro já algum tempo naquele cercado. Confinaram o cajueiro na redoma. Criaram a nova estrada para o progresso. Então o tal progresso se abancou. E o cajueiro é tão somente um objeto de exploração.
A situação que agora resta é administrar. Vamos podar, vamos podar vamos podar!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
O Barça é o tal
Eu quero Kerouac em Natal
Campanha Eu Quero Kerouac em Natal, para trazer o espetáculo Kerouac – com o dramaturgo e ator Mario Bortolotto. Direção de Fauzi Arap. Apresentações previstas para abril de 2012.
O objetivo da campanha é adquirir as passagens aéreas antecipadas com custo mais barato para o grupo. Pois não há patrocínios. Os colaboradores terão direito a ingressos.
Você pode aderir à campanha entrando em contato pelo e-mail: sertaorock@ig.com.br
MÁRIO BORTOLOTTTO & KEROUAC
“Kerouac” é um projeto antigo da dupla Mário Bortolotto & Mauricio Arruda Mendonça. Os dois são escritores e fãs do escritor beat. A direção é de Fauzi Arap. O monólogo "Kerouac", uma homenagem ao autor do clássico beat "On the Road", o escritor norte-americano Jack Kerouac - uma de suas maiores influências.
“Kerouac” é um monólogo escrito por Mauricio Arruda Mendonça especialmente para o amigo Mário Bortolotto interpretar. Mostra o escritor Jack Kerouac, já velho e no final de sua vida. Ele está inchado de tanto beber e profundamente amargurado. Está casado com Stela Sampas, e mora na casa da mãe Gabriele, que está paralítica.
Kerouac não é nem de longe o herói beat e com sede de vida do começo de carreira. É sim, um sujeito angustiado que não soube administrar todo o sucesso que teve depois da publicação de seu clássico “On the Road”. Está detonado, batido pelo peso dos anos, pelo fracasso literário, pela solidão, pelo álcool e pelas drogas.
No começo da peça, Kerouac acaba de voltar de sua última viagem de carona, uma tentativa mal sucedida de repetir as façanhas de sua juventude. É madrugada do Dia de Natal e ele está tentando lembrar os fatos da viagem para escrever um novo livro e vender rápido para conseguir algum dinheiro.
Durante o monólogo, um cansado Jack Kerouac parece se empolgar às vezes com a história que está contando, mas logo cai em depressão. Ele alterna estados de ânimo que varia entre inocência, entusiasmo, paranóia e fúria alcoólica. A peça se passa na casa sombria onde Kerouac viveu seus últimos dias.
Na peça, Kerouac se queixa dos escritores, dos amigos, escancara seu lado francamente reacionário e religioso, sofre com a morte do amigo Neal Cassady e acima de tudo nos oferece um personagem demasiadamente humano, contraditório e por vezes, comovente.
Jack Kerouac morreu com 47, sozinho e abandonado. Totalmente ignorado em vida após o repentino sucesso de “On the Road”, hoje o escritor tem sua obra revista e cultuada por milhares de leitores que encontram em sua prosa espontânea uma das obras mais originais da literatura americana.
Para dirigir o monólogo, Mário convidou o também amigo Fauzi Arap, diretor que já é um mito do teatro paulistano, tido como especialista na direção de atores. É dele, por exemplo, a primeira direção profissional do clássico “Navalha na Carne” de Plínio Marcos.
Contemplado com o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), pelo conjunto da obra em 2000, e com o prêmio Shell de Melhor Ator por "Nossa Vida Não Vale um Chevrolet" (que depois virou filme), Bortolotto acumula pelo menos quarenta peças. Para encarnar o beat Kerouac, há uma diferença. "É o personagem mais importante para mim. Há uma exigência física muito grande. Embora sejam apenas 50 minutos, fico extenuado quando o espetáculo termina", conta.
Bortolotto tem vários livros publicados, que vão desde peças, poesias, coletâneas de textos veiculados em seu blog atirenodramaturgo (o blog e o nome são anteriores aos tiros que levou na noite paulistana), trabalha o seu primeiro romance. É vocalista da banda Saco de Ratos – blues e rock’n’roll.
Sinfônica e Coral na Catedral
A Orquestra Sinfônica do RN encerra a temporada 2011 nesta terça-feira (20) às 20 horas, com um concerto na Catedral Metropolitana (Cidade Alta). O evento terá a participação especial do Coral Canto do Povo.
No repertório, peças de Beethoven, Rossini, Mascagni e Strauss, além de composições já consagradas do repertório natalino, como “Noite Feliz” e “Nasceu o Menino Jesus”, cantadas em latim. A regência é do maestro Padre Pedro.
No repertório, peças de Beethoven, Rossini, Mascagni e Strauss, além de composições já consagradas do repertório natalino, como “Noite Feliz” e “Nasceu o Menino Jesus”, cantadas em latim. A regência é do maestro Padre Pedro.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
A maior riqueza do homem é a sua incompletude
Manoel de Barros
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
Insensatez cor de rosa
No Orçamento Geral do Estado (OGE) do Rio Grande para 2012, aprovado com ampla maioria pelos nobres deputados potigares, o governo aumenta em 120% o investimento em publicidade.
Em contrapartida, vai reduzir em 7% a verba para Educação; reduz em 1,3% os recursos para a Saúde, e pasmem, cortará 22% do dinheiro destinado à Segurança Pública do Estado.
Para o governo a prioridade é a propaganda. E viva o jingle Goebbels.
Em contrapartida, vai reduzir em 7% a verba para Educação; reduz em 1,3% os recursos para a Saúde, e pasmem, cortará 22% do dinheiro destinado à Segurança Pública do Estado.
Para o governo a prioridade é a propaganda. E viva o jingle Goebbels.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Fernando e o tempo concreto na Aliança Francesa
O artista plástico Fernando Gurgel volta a expor hoje na Aliança Francesa. A exposição “Tempo Concreto, será inaugurada às 20h, e ficará em cartaz até o dia 23 de dezembro.
Nas telas em acrílico, Fernando resgata imagens da infância no Tirol e relembra a cidade de paisagens horizontais, verdes e harmoniosas, quase bucólicas. Uma cidade perdida entre os novos edifícios de concreto armado. A exposição é um exercício de observação sobre os efeitos que as mudanças de tempo e espaço exercem sobre o cotidiano humano.
Fernando Gurgel é dos grandes pintores desta velha taba. Além de excelente figura humana. O blog recomenda.
Inveja Minha
François Silvestre
Subi o monte com minha inveja.
Eu e ela, só ela e eu. Amancebo de dor e ranço,
Ódio sofrido que me consome.
Matamos todos os mais sabidos,
Os mais bonitos, os mais queridos.
Matamos os inteligentes, os sorridentes,
Os que agridem a infelicidade!
Ficamos sós, nossos iguais,
Mas mesmo assim não fui feliz.
Porque do monte, em que matava, de morte triste,
Não conseguimos matar estrelas.
Subi o monte com minha inveja.
Eu e ela, só ela e eu. Amancebo de dor e ranço,
Ódio sofrido que me consome.
Matamos todos os mais sabidos,
Os mais bonitos, os mais queridos.
Matamos os inteligentes, os sorridentes,
Os que agridem a infelicidade!
Ficamos sós, nossos iguais,
Mas mesmo assim não fui feliz.
Porque do monte, em que matava, de morte triste,
Não conseguimos matar estrelas.
Palmadas para os deputados
Esses políticos fazem cada merda.
Agora na Câmara Federal aprovaram uma tal de Lei da Palmada, que proíbe os pais de aplicarem castigos físicos em crianças e adolescentes. Aqueles básicos corretivos educativos, ou aquela velha e boa palmada que não faz mal, não causa traumas e corrige os maus modos e outras faltas de obediência e educação não pode. Com princípios como esse (quase um fomento a rebeldia), é que, olhando para o retrovisor vemos que a sociedade humana só se deteriora.
Com tanta coisa importante para legislar. Há tantas necessidades básicas nesse país. Os serviços públicos que capengam. Tanto imposto exorbitante assombrando os brasileiros. Tanta corrupção para combater. Um estado deficitário que não dá conta nem das obrigações que já tem. E os parlamentares brasileiros, por certo, por incompetência legislativa, se arvoram de um problema menor, e ainda por cima, de ordem familiar.
Ademais, a lei brasileira já pune esse tipo de agressão. Essa é mais uma matéria que, se houvesse inteligência naquela Câmara Federal, teria sido abortada no nascedouro. Mais uma prevaricação legislativa. A tal lei é uma peça esdrúxula, recheada de artigos idiotas. O texto subiu para o Senado, onde resta o fio de esperança da sensatez. Ou veta ou vot’s.
Meu pobre rico Brasil!
Agora na Câmara Federal aprovaram uma tal de Lei da Palmada, que proíbe os pais de aplicarem castigos físicos em crianças e adolescentes. Aqueles básicos corretivos educativos, ou aquela velha e boa palmada que não faz mal, não causa traumas e corrige os maus modos e outras faltas de obediência e educação não pode. Com princípios como esse (quase um fomento a rebeldia), é que, olhando para o retrovisor vemos que a sociedade humana só se deteriora.
Com tanta coisa importante para legislar. Há tantas necessidades básicas nesse país. Os serviços públicos que capengam. Tanto imposto exorbitante assombrando os brasileiros. Tanta corrupção para combater. Um estado deficitário que não dá conta nem das obrigações que já tem. E os parlamentares brasileiros, por certo, por incompetência legislativa, se arvoram de um problema menor, e ainda por cima, de ordem familiar.
Ademais, a lei brasileira já pune esse tipo de agressão. Essa é mais uma matéria que, se houvesse inteligência naquela Câmara Federal, teria sido abortada no nascedouro. Mais uma prevaricação legislativa. A tal lei é uma peça esdrúxula, recheada de artigos idiotas. O texto subiu para o Senado, onde resta o fio de esperança da sensatez. Ou veta ou vot’s.
Meu pobre rico Brasil!
Valéria no ar com Joyce no retrovisor
Valéria Oliveira comemora 20 anos de carreira fazendo shows e
recebendo convidados.
Hoje no Teatro Alberto Maranhão ela se apresenta ao lado da cantora Joyce (um mimo da música brasileira), do trombonista Gilberto Cabral e a turma do Projeto Retrovisor: Simona Talma, Luis Gadelha, Krystal e Ângela Castro.
E na abertura, às 20h, o duo por Eduardo Taufic (piano) e Roberto Taufic (violão) se apresenta no foyer do teatro.
Nesses shows comemorativos Valéria se acompanha dos músicos Jubileu Filho (guitarra, violão de aço e vocal), Cacá Veloso (violão nylon e guitarra), Paulo de Oliveira (baixo) e Rogério Pitomba (bateria). Uma banda pra ninguém botar defeito. Uma rapaziada que toca.
Ingressos a 30 pratas na bilheteria do TAM.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Sobre o amor
Geraldo Carneiro
amor é coisa que se faz a dois,
segredo consagrado por um Deus
à sua escolha, a árvore ou a folha
que se despende do país dos ventos
e que acomete esses seus pensamentos
só seus, só meus, só vossos, sempre nossos.
parece papo de carola, cara?
eu sei, e tenho lá meu pedigree
católico apostólico carioca,
que fui lá nos confins da minha infância
e continuo em meu apostolado
ao lado da galera mais surtada,
que ainda crê na arte sendo vida.
pois eu, se não existisse o tal do amor,
viveria exilado de mim mesmo.
amor é coisa que se faz a dois,
segredo consagrado por um Deus
à sua escolha, a árvore ou a folha
que se despende do país dos ventos
e que acomete esses seus pensamentos
só seus, só meus, só vossos, sempre nossos.
parece papo de carola, cara?
eu sei, e tenho lá meu pedigree
católico apostólico carioca,
que fui lá nos confins da minha infância
e continuo em meu apostolado
ao lado da galera mais surtada,
que ainda crê na arte sendo vida.
pois eu, se não existisse o tal do amor,
viveria exilado de mim mesmo.
Atravessando a Alfândega
Vem ai o lançamento do livro Travessa da Alfândega. Uma coletânea de autores potiguares. Será no sábado (17), a partir das 20h, no Café Salão Nalva Melo, ilustrado com show do Catita Choro e Gafieira e o novo menu da Casa.
O livro é organizado por José Correia Torres Neto, e reúne crônicas de Sheyla de Azevedo Andrade, Franklin Jorge, Ana Cristina Tinoco, Yasmine Lemos, Alexandro Gurgel, José Acaci Rodrigues, Fábio de Silva, José Correia Torres Neto, Fábio Farias, Nalva Melo, Natália Negreiros, Pablo Capistrano, Petit das Virgens, Jania Souza, Lívio Oliveira, Manu Albuquerque, Rostand Medeiros, Cefas Carvalho, Arlindo Bezerra da Silva Junior, Alexis Peixoto, Alex Nascimento, Florentino Vereda, Adriano de Sousa, Michelle Ferret e Eliade Pimentel. Uma boa gente!
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O habitat de Marize
Amizade lusitana
A Prefeitura de Natal foi comprar longe as tais lâmpadas led para iluminar o período natalino na cidadela. Mandou buscar em Portugal, ora vejam!
Quiçá há falta de produto no mercado nacional. Quiçá é tão somente esse chamego lusitano que ilumina as relações municipais.
Quiçá há falta de produto no mercado nacional. Quiçá é tão somente esse chamego lusitano que ilumina as relações municipais.
Hangar no Bardallo's
È hoje o lançamento da 10ª Edição do Prêmio Hangar de Música, no centro de Natal numa homenagem ao Dia Nacional do Forró e o aniversário de Luiz Gonzaga. O prêmio tem como tema o cantor potiguar Elino Julião, um dos grandes nomes da música nordestina.
A programação de lançamento que acontecerá no Bardallos, a partir das 20h, com a participação da cantora Gabi Portela e show da banda Forró NaManha, homenageando o Dia Nacional do Forró e o aniversário de nascimento de Luiz Gonzaga. O acesso é livre.
Além de cantar e tocar músicas do rei do baião o Forró NaManha interpretará clássicos do pé de serra e sucessos de Elino Julião. Outros músicos da cidade estarão presentes para participações com a banda.
Cerca de 30 músicos e bandas estão indicados nas onze categorias da 10ª edição do Prêmio Hangar. As Bandas Talma&Gadelaha, DaSilva e D´MalasomBROSband, DuSouto e as cantoras Khrystal e Valéria Oliveira lideram em número de indicações. O Hangar é uma iniciativa do produtor Marcelo Veni.
A produção do Prêmio Hangar de Música transferiu a noite de premiação aos destaques da música em 2011, para o dia 31 de Janeiro de 2012. A alteração foi motivada para que a produção ganhe tempo a fim de agregar outras parcerias e apoios para a parte estrutural da cerimônia que acontecerá no Palácio da Cultura com dois palcos e a participação de quase 100 músicos do RN e da banda Água de Quartinha de Fortaleza.
Serviço:
Lançamento do 10º Prêmio Hangar de Música
(Homenageando Luiz Gonzaga e o Dia Nacional do Forró )
Terça 13 de dezembro
Bardallos Comida e Arte – Cidade Alta
Com show do Forró NaManha e participação da cantora Gabi Portela
20h - Entrada Franca
Informações: 9175 -9870 / 3211 - 8589
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Sociedade alternativa
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Surrupiagem
Regressão cultural
Por Gustavo Wanderley - no facebook
Se já não bastasse a proposta de redução em mais de 75% dos recursos do Fundo Municipal de Cultura e corte de R$ 1,9 milhão do orçamento da Capitania da Artes para o orçamento de 2012 apresentada à Câmara de Vereadores pela Prefeitura ser em si mesma um escândalo, há uma adequação e incremento nos Eventos do Natal em Natal para o ano que vem que em seu total chega a ordem R$ 5 milhões, ou seja, toda a verba que deveria ser destinada ao fomento, à formação e ao acesso culturais será remanejada a um evento com características estéticas duvidosas, cheio de vícios administrativos e com finalidade mais turística do que propriamente cultural!
Mobilizar todos a comparecer no dia 12, na Câmara dos Vereadores, na audiência pública do LOA, para dizer não a essa barbárie. Essa proposta não só fere a classe artística e cultural, mas cerceia direitos dos cidadãos como um todo.
Nota do blog: Apoiado.
Por Gustavo Wanderley - no facebook
Se já não bastasse a proposta de redução em mais de 75% dos recursos do Fundo Municipal de Cultura e corte de R$ 1,9 milhão do orçamento da Capitania da Artes para o orçamento de 2012 apresentada à Câmara de Vereadores pela Prefeitura ser em si mesma um escândalo, há uma adequação e incremento nos Eventos do Natal em Natal para o ano que vem que em seu total chega a ordem R$ 5 milhões, ou seja, toda a verba que deveria ser destinada ao fomento, à formação e ao acesso culturais será remanejada a um evento com características estéticas duvidosas, cheio de vícios administrativos e com finalidade mais turística do que propriamente cultural!
Mobilizar todos a comparecer no dia 12, na Câmara dos Vereadores, na audiência pública do LOA, para dizer não a essa barbárie. Essa proposta não só fere a classe artística e cultural, mas cerceia direitos dos cidadãos como um todo.
Nota do blog: Apoiado.
Hard Harper
O músico Ben Harper faz turnê no Brasil e está curtindo São Paulo, onde faz show amanhã (sexta-feira) no Via Funchal.
Ben Harper chegou antes na cidade, e seu programa predileto tem sido andar de skate na Avenida Paulista nas noites e madrugadas, acompanhado de perto pelos seguranças. É o que diz a crônica da paulicéia.
Asneira
Mesmo com a manifestação contrária do Ministério Público. Mesmo com o tombamento aprovado pela Câmara Municipal Natal. Mesmo com a posição contrária de moradores adjacentes e da opinião pública, a governadora Rosalba Ciarlini insiste em vender e demolir o antigo Estádio Juvenal Lamartine por 30 dinheiros. Desconfio dos reais interesses do governo.
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) também quer fazer um novo estádio de futebol na zona norte. Deve ser para concorrer com a concessionária da Arena das Dunas. Pois vai prejudicar o faturamento da empresa que explora a arena.
Ademais, se Natal vai ter a Arena das Dunas para substituir o Machadão para que construir outro estádio de futebol público, que, se tivesse as obras iniciadas agora demoraria o mesmo prazo da arena ou até mais para a conclusão? A precisão maior são para jogos de 2012/13, e disso, como o governo deixou de lado, os clubes estão cuidando.
Essa de derrubar o velho estádio Juvenal Lamartine é uma roubada da Rosa. A justificativa é uma piada. Não faz sentido nenhum. Todo cuidado é pouco.
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) também quer fazer um novo estádio de futebol na zona norte. Deve ser para concorrer com a concessionária da Arena das Dunas. Pois vai prejudicar o faturamento da empresa que explora a arena.
Ademais, se Natal vai ter a Arena das Dunas para substituir o Machadão para que construir outro estádio de futebol público, que, se tivesse as obras iniciadas agora demoraria o mesmo prazo da arena ou até mais para a conclusão? A precisão maior são para jogos de 2012/13, e disso, como o governo deixou de lado, os clubes estão cuidando.
Essa de derrubar o velho estádio Juvenal Lamartine é uma roubada da Rosa. A justificativa é uma piada. Não faz sentido nenhum. Todo cuidado é pouco.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Véu em Solo no Palácio Potengi
Coletivo Solares apresenta a exposição fotográfica: Véu em Solo - Sertão Central. O ensaio mostra o universo masculino e feminino da mulher sertaneja dentro de um contexto surreal, permeado de sonhos e psicodelia. Até o dia 12, na Pinacoteca do Palácio Potengi, Cidade Alta, Natal. Vale a pena dar uma espiada.
Elegia: Indo para o leito
John Donne
Vem, Dama, vem, que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda, quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra à vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha mina preciosa, meu Império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados, a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-te:
atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
*Tradução: Augusto de Campos
Vem, Dama, vem, que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda, quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra à vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha mina preciosa, meu Império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados, a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-te:
atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
*Tradução: Augusto de Campos
Arthur Moreira Lima no Rio Grande
O maestro Arthur Moreira Lima, pianista consagrado internacionalmente inicia amanhã (08) neste Rio Grande, o concerto Um piano pela Estrada. As apresentações serão feitas em diversas cidades do interior, começando por Pau dos Ferros, em praça pública. A temporada se estende até o dia 23 de dezembro. Desta vez, Natal também foi contemplada.
O projeto já realizado em mais de 300 cidades leva a música clássica de boa qualidade para a população em geral. Nesta etapa, o pianista pretende fazer mais 60 concertos nos estados do Centro Oeste, Nordeste e Norte. Em Natal, a apresentação do pianista terá a participação da Orquestra Sinfônica do RN.
O repertório das apresentações passa por grandes nomes da música erudita e também popular como Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Villa Lobos, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, dentre outros. Arthur sempre gosta de dar uma ênfase especial aos compositores brasileiros já esquecidos pela população em geral.
Arthur Moreira Lima é considerado uma dos maiores intérpretes da obra de Chopin. As apresentações são feitas em cima um caminhão adaptado especialmente, com palco, som e luz, ao ar livre.
Roteiro da turnê:
Data: 8/12 - Pau dos Ferros - Hora: 19h30
Data: 9/12 - Alexandria - Hora: 19h30
Data: 10/12 - Apodi Hora: 19h30
Data: 12/12 - Mossoró Hora: 18h30
Data: 13/12 - Açu - Hora: 19h30
Data: 14/12 - Macau, - Hora: 19h30
Data: 17/12 - Caicó - Hora: 19h30
Data: 18/12 - Currais Novos - Hora: 20h30
Data: 21 e 23/12 - Natal - Hora: 19h30
Data: 22/12 Local: Parnamirim - Hora: 19h30
A iniciativa tem o patrocínio do Governo do Estado, através da Secretaria Extraordinária de Cultura e Fundação José Augusto, Caixa Econômica e Petrobras.
Papos e livros e jornalistas
O Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN e a Summus Editorial estão convidando para um bate-papo com Fábio Pereira, jornalista e doutor em Comunicação pela Universidade de Brasília (UNB), na próxima sexta-feira (09), das 10 às 12 horas no Auditório C do CCHLA. E na ocasião, o jornalista também vai lançar o livro Jornalistas-intelectuais no Brasil.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Só o filé!
A revista norte-americana “Ad Week” publicou uma matéria em que informa quais itens foram os mais roubados das lojas do país em 2011. A matéria aponta que os roubos tiveram um aumento de 6% nos Estados Unidos, e o objeto mais surrupiado das prateleiras é o filé mignon. Os ladrões costumam esconder os pedaços de carne debaixo da jaqueta e dos casacos. Espertos, esses gringos...
Leia mais no www.pop.com.br
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Já não era sem tempo
E o fanfarrão loroteiro Carlos Lupi finalmente pediu o boné do Ministério do Trabalho neste último final de semana. Mesmo sendo poupado pela presidente Dilma Roussef, que até ignorou o parecer da comissão de ética da república, o cabra não agüentou o tiroteio da imprensa apontando as irregularidades sucessivas do ministério.
Mas o bicho mostrou que é duro na queda.
Mas o bicho mostrou que é duro na queda.
Três
Adélia Danielli
Doce carne
amaciada
por chuvas
e sóis
Trinta de
tantos anos
E entre vinhos
e sedes
vives.
Doce carne
amaciada
por chuvas
e sóis
Trinta de
tantos anos
E entre vinhos
e sedes
vives.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Me Gustán las Muchachas Putanas
Mário Bortolotto
Dessas que chupam as bolas,
que entram de sola.
Das que não têm meio termo,
que abrem as pernas
e não pedem arrego.
Dessas depiladas, peladas, liberadas,
eu as quero desarmadas,
eu as quero de boca esporrada,
eu as quero do jeito que for,
eu as quero tocando bongô,
com a boca no microfone,
chamando meu nome,
no meio da chuva.
Dessas que passam gel no cabelo,
que a gente flagra no banco traseiro do carro.
Dessas que dizem os diabos,
que agarram o seu pescoço,
que sempre tem um troco.
Dessas com aros em forma de brinco,
que sabem segurar um pinto,
essas entendem o que eu sinto,
essas sabem que eu não brinco.
Elas se entopem de vodca,
assistindo MTV,
essas nunca vão chorar por você,
elas não vão mentir pra você,
elas não têm porquê.
Elas não vão contar história,
elas não vão dizer que você foi a melhor foda,
não vão querer o seu sangue, ó o seu dinheiro,
não vão querer flores nem caixa de bombons,
não te arrastam pra igreja,
elas só se enxarcam de cerveja.
E se eu digo 'pra mim chega',
elas guardam o batom e vão embora.
Elas nunca estão de calcinha quando descem as escadas,
elas estão sempre dançando, mordendo,
chegando de táxi a uma da manhã,
elas não são puras, elas são putas.
Elas não querem o céu,
elas não sabem quem é Nina Simone,
elas não querem meu número de telefone.
Paixão elas tiram de letra,
elas encaram qualquer treta,
com uma bela chave de buceta.
Eu adoro essas putas loucas,
caindo de boca,
que nunca ouviram um blues,
elas fazem chupeta
e dão o cu.
Eu as quero sujas,
num beco escuro, atrás do muro,
meu pau duro abrindo caminho,
desprezando carinho,
fissura de vinho na segunda-feira,
gozando de primeira,
comendo pastel na feira.
Eu as quero maquiadas,
peladas, desbocadas,
a mi me gusta.
Que se fodam as puras,
que gozem as putas.
Dessas que chupam as bolas,
que entram de sola.
Das que não têm meio termo,
que abrem as pernas
e não pedem arrego.
Dessas depiladas, peladas, liberadas,
eu as quero desarmadas,
eu as quero de boca esporrada,
eu as quero do jeito que for,
eu as quero tocando bongô,
com a boca no microfone,
chamando meu nome,
no meio da chuva.
Dessas que passam gel no cabelo,
que a gente flagra no banco traseiro do carro.
Dessas que dizem os diabos,
que agarram o seu pescoço,
que sempre tem um troco.
Dessas com aros em forma de brinco,
que sabem segurar um pinto,
essas entendem o que eu sinto,
essas sabem que eu não brinco.
Elas se entopem de vodca,
assistindo MTV,
essas nunca vão chorar por você,
elas não vão mentir pra você,
elas não têm porquê.
Elas não vão contar história,
elas não vão dizer que você foi a melhor foda,
não vão querer o seu sangue, ó o seu dinheiro,
não vão querer flores nem caixa de bombons,
não te arrastam pra igreja,
elas só se enxarcam de cerveja.
E se eu digo 'pra mim chega',
elas guardam o batom e vão embora.
Elas nunca estão de calcinha quando descem as escadas,
elas estão sempre dançando, mordendo,
chegando de táxi a uma da manhã,
elas não são puras, elas são putas.
Elas não querem o céu,
elas não sabem quem é Nina Simone,
elas não querem meu número de telefone.
Paixão elas tiram de letra,
elas encaram qualquer treta,
com uma bela chave de buceta.
Eu adoro essas putas loucas,
caindo de boca,
que nunca ouviram um blues,
elas fazem chupeta
e dão o cu.
Eu as quero sujas,
num beco escuro, atrás do muro,
meu pau duro abrindo caminho,
desprezando carinho,
fissura de vinho na segunda-feira,
gozando de primeira,
comendo pastel na feira.
Eu as quero maquiadas,
peladas, desbocadas,
a mi me gusta.
Que se fodam as puras,
que gozem as putas.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
CaosNatal
O CaosNatal - êpa carnatal - começa hoje.
Mas a bagunça no trânsito está instalada desde a quarta-feira.
A festa é privada, mas o governo vai gastar mais de 1 milhão somente com horas-extras e diárias da Polícia Militar.
Pobre rico Rio Grande.
Mas a bagunça no trânsito está instalada desde a quarta-feira.
A festa é privada, mas o governo vai gastar mais de 1 milhão somente com horas-extras e diárias da Polícia Militar.
Pobre rico Rio Grande.
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