Mário Bortolotto
Dessas que chupam as bolas,
que entram de sola.
Das que não têm meio termo,
que abrem as pernas
e não pedem arrego.
Dessas depiladas, peladas, liberadas,
eu as quero desarmadas,
eu as quero de boca esporrada,
eu as quero do jeito que for,
eu as quero tocando bongô,
com a boca no microfone,
chamando meu nome,
no meio da chuva.
Dessas que passam gel no cabelo,
que a gente flagra no banco traseiro do carro.
Dessas que dizem os diabos,
que agarram o seu pescoço,
que sempre tem um troco.
Dessas com aros em forma de brinco,
que sabem segurar um pinto,
essas entendem o que eu sinto,
essas sabem que eu não brinco.
Elas se entopem de vodca,
assistindo MTV,
essas nunca vão chorar por você,
elas não vão mentir pra você,
elas não têm porquê.
Elas não vão contar história,
elas não vão dizer que você foi a melhor foda,
não vão querer o seu sangue, ó o seu dinheiro,
não vão querer flores nem caixa de bombons,
não te arrastam pra igreja,
elas só se enxarcam de cerveja.
E se eu digo 'pra mim chega',
elas guardam o batom e vão embora.
Elas nunca estão de calcinha quando descem as escadas,
elas estão sempre dançando, mordendo,
chegando de táxi a uma da manhã,
elas não são puras, elas são putas.
Elas não querem o céu,
elas não sabem quem é Nina Simone,
elas não querem meu número de telefone.
Paixão elas tiram de letra,
elas encaram qualquer treta,
com uma bela chave de buceta.
Eu adoro essas putas loucas,
caindo de boca,
que nunca ouviram um blues,
elas fazem chupeta
e dão o cu.
Eu as quero sujas,
num beco escuro, atrás do muro,
meu pau duro abrindo caminho,
desprezando carinho,
fissura de vinho na segunda-feira,
gozando de primeira,
comendo pastel na feira.
Eu as quero maquiadas,
peladas, desbocadas,
a mi me gusta.
Que se fodam as puras,
que gozem as putas.
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