Demétrio Vieira Diniz
Vinha ronronando o cavalo-do-cão.
Vinha como um pequeno motor voador
tão calmo e inesperado
quase parado no ar
enchendo a tarde com seu zumbido.
Na rua, uma ou outra porta batia de vez com o
redemoinho súbito.
Alguns meninos rangiam uma tábua sobre grãos de areia.
Com um vestido solto, feito de pano ordinário e rosas graúdas
minha mãe olhava as horas pela sombra na parede
sem se dar conta do marimbondo
que dava voltas
campeando sua solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário